segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Artigo de Outubro de 2017 do Padre Aparecido Neres Santana

O DISCIPULO MISSIONÁRIO NA FESTA DO REINO


Neste Artigo Catequético Bíblico-Missionário, refletiremos sobre o Evangelho de Mateus 22,1-14, do 28° Domingo do Tempo Comum. A centralidade deste texto nos abre horizontes e ajuda-nos a compreender a universalidade da Salvação. A festa, o banquete é para todos. Talvez a comunidade de Mateus, estivesse refletindo a Profecia de Isaias, que diz: “O Senhor dos exércitos dará neste monte, para todos os povos um banquete...” (Is 25,6). O banquete é sinal do Reino, da abundancia, de festa e de alegria. A parábola indica que os convidados para participarem do Banquete do Reino em primeiro lugar, são os que pertencem ao povo escolhido, os judeus. No Evangelho de Marcos, uma mulher grega, isto é, pagã, implora a cura da sua filha, e Jesus diz: “Deixa que primeiro os filhos se saciem porque não é bom tirar o pão dos filhos e atirá-lo aos cachorrinhos” (Mc 7,27). Contudo, apesar destra “primazia”, os “convidados de direito, os judeus” não aceitam o convite, isto é, não aceitam Jesus, como Filho de Deus, o Messias!
A festa porém tem que continuar, então o convite é estendido a todos os povos, aos gentios, aqueles que viviam à margem, maus e bons. Este convite feito ao longo da história, primeiramente ao povo de Deus, através dos Juízes e Profetas, está bem caracterizado na parábola, como sendo os servos enviados, e que são recusados. Deus, porém, nunca desiste do seu povo. Por fim, envia seu Filho, na parábola representado pelo noivo, (típica linguagem do profetismo, em especial Oséias: “Eu te desposarei a mim para sempre... no direito, no amor e na ternura... na fidelidade” 2, 21-22). Deus, em Jesus, realiza em definitivo a nova e aliança. Aceitar, participar do banquete é ter vida. Recusar é a morte, que é ficar fora da festa do Reino, o Banquete nupcial
Continuando a parábola, temos ainda, os que aceitaram participar da festa, mas não estavam vestidos apropriadamente para a mesma, e são repreendidos. O traje de festa, é a aceitação de Jesus como Salvador. As vestes festivas, são a justiça, o amor e a misericórdia, que levam à vida. Fica claro pois, que não basta apenas, receber os sacramentos, participar da Igreja e da comunidade, para entrar na festa, no Reino de Deus. É preciso também assumir o caminho do discipulado, isto é, tornar-se um evangelizador! 

Para refletir: A Comunidade de Mateus, assim como a nossa hoje, deve enfrentar esse conflito ético e estético comunitário. A nossa Catequese de Iniciação à Vida Cristã, passa por mudanças de época, uma nova reestruturação. Temos realmente assumido esse compromisso? Como estou respondendo ao novo método catequético? Qual o meu traje de festa, em minha catequese, e junto à minha Comunidade?

Pe. Aparecido Neres Santana - Assessor Eclesiástico da Comissão AB-C

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