SÍMBOLO DA ESCOLA DO REGIONAL SUL I
Com muita alegria a
Comissão para Animação Bíblico - Catequética da Diocese de Santos, acolhe o Símbolo
da Escola do Regional Sul I.
O símbolo trazido
pela Diocese de Campo Limpo, chegou à Diocese de Santos, no dia 25 de setembro,
em nossa Reunião Ampliada composta pela Comissão AB-C e por todos os coordenadores
Regionais da Diocese de Santos. Este percorrerá toda a Diocese até o dia 08 de novembro, e no dia 09 de novembro levaremos para a Diocese de Santo Amaro.
No dia 02 de outubro,
às 15hs o Símbolo chegou à Região de São Vicente, na Reitoria Nossa Senhora do Amparo.
Vamos entender um
pouco a Mística ...
Mística: O ROSTO DA NOSSA ESCOLA DE CATEQUESE
Por Pe Geraldo Raimundo Pereira
Revendo
nossa história... Olhando os caminhos percorridos
pela evangelização, percebemos variadas formas de anúncio da Boa Nova. Nesta caminhada
a Catequese sempre esteve presente na educação da fé. Os tempos fizeram a
catequese marcar mudanças e neste contexto podemos observar quatro fases com
características próprias.
1º
CATEQUESE - INICIAÇÃO À FÉ E À VIDA COMUNITÁRIA (tempo dos apóstolos)
Foi o
período do anúncio do evangelho feito pelos apóstolos. Despertava para o
seguimento de Jesus Cristo, como processo de conversão; vivência fraterna na
comunidade; celebração litúrgica centrada na partilha da Palavra e do Pão e no
cuidado com a vida de todos os necessitados. Era uma catequese que conjugava a
vida com a experiência de fé.
2º
CATEQUESE - IMERSÃO NA CRISTANDADE (mais ou
menos do século V ao séc. XVI)
Toda a
pessoa que nascia nesta sociedade já mergulhava na vida cristã. Não existia
outra prática de fé reconhecida, senão a religião cristão. Aquilo tudo
contribuía para a vivência religiosa: costumes, arte, música, devoções... A
pergunta principal era: O que devo fazer para alcançar a vida eterna?
* A fé
estava ligada aos deveres cristãos;
* vivência
cristã individualista e pouco comunitária;
* a
catequese deixa de ser voltada à Palavra de Deus e perde sua força missionária;
* a vida
cotidiana se mistura com a fé, porém sem muito compromisso transformador;
* o
Batismo de crianças se generaliza e a catequese de adultos deixa de existir;
* a
família, a pregação, a oração... eram responsáveis pela catequese.
3º
CATEQUESE POR INSTRUÇÃO (A partir
do séc. XVI até o Vaticano II).
O
cristianismo desse tempo se tornou enfraquecido, frente a uma vivência de fé
sobre atos secundários: devoções, confrarias, procissões e sustentada por uma
ignorância religiosa. Foi, também, um tempo de grandes acontecimentos como: a
Reforma Protestante, Concílio de Trento, descoberta da imprensa, ocupação das
terras latino-americanas, difusão das escolas, mudanças no modo de pensar,...
Para fazer
frente às exigências desse tempo, a catequese utilizava-se do catecismo, que se
tornou o principal instrumento da difusão da fé. A catequese passou a chamar-se
de doutrina. Assim a catequese sai da família e da igreja para ir ao meio
escolar, como ensino obrigatório.
1. O
melhor cristão era aquele que mais sabia sobre religião e não aquele que se
comprometia com a vida e a vivência da fé.
2. A
atenção era dada as crianças e não aos adultos.
3. O
importante era a fidelidade às fórmulas valorizando a exatidão e a clareza do
ensino doutrinal.
4. O
catecismo tornou-se um referencial de segurança sobre as questões de fé.
4º
CATEQUESE - EDUCAÇÃO PARA A FÉ E A VIDA (A partir
do Vaticano II até os nossos dias)
Frente a
uma Catequese racional, fria, abstrata, centrada nas fórmulas, era preciso
voltar às fontes e apresenta-la com um novo rosto adequado para os nossos
tempos. Com o Vaticano II, a Igreja abre suas portas para o novo e renova sua
presença no mundo como sinal do Reino.
Em 1983,
no Brasil, a catequese ganha um grande impulso com o documento da CNBB n.º 26
“Catequese Renovada”, Orientações e conteúdos. Nele se define a prática
catequética: “A catequese é um processo de educação comunitária, permanente,
progressiva, ordenada, orgânica e sistemática da Fé”.
Sua
finalidade é a maturidade da fé, num compromisso pessoal e comunitário de
libertação integral, que deve acontecer já aqui e culminar no Reino definitivo
(CR 318). Suas características principais:
· Leva em
consideração a pessoa e a comunidade;
· O adulto
é o principal destinatário;
·
Centralizada no segmento de Jesus Cristo;
·
Privilegia a opção pelos pobres.
O EUNUCO
ETÍOPE (At 8,26-40) E A NOSSA ESCOLA DE CATEQUESE
O eunuco
etíope é um homem cujo nome nós não sabemos. Sua conversão abrange quinze
versos da Escritura e nunca mais é mencionado. Contudo, por causa dos detalhes
revelados sobre a sua salvação, é um homem muito importante. Um eunuco era um
escravo, preparado desde a infância ou juventude para ser um servo por toda sua
vida. Este eunuco era o tesoureiro da Etiópia, uma posição de prestígio, sob o
reinado da rainha Candace. Era certamente um homem bem educado e também muito
religioso, pois viajou centenas de milhas através de montanhas e desertos para
adorar em Jerusalém. Apesar de ter adorado na mais solene cerimônia judaica do
ano, seu coração estava vazio e destituído de paz, sentando-se em sua carruagem,
procurou as Escrituras em busca de um raio de esperança para sua pobre alma
perdida.
Claro que
foi Deus quem fez o sentir seu coração vazio e lhe mostrou que tinha uma
necessidade profunda. Sem dúvida o eunuco sentiu sua profunda de encontrar-se
como pessoa. O episódio do encontro de Filipe com o eunuco etíope, narrado
pelos Atos dos Apóstolos, começa mostrando um primeiro passo importante que é a
necessidade de “conhecer” a Sagrada Escritura e “interpretar a Palavra”.
Percebe-se claramente no texto que o eunuco quis conhecer a Sagrada Escritura e
Filipe foi chamado a interpretá-la.
Quando
Felipe foi até o eunuco, encontrou-o lendo o livro de Isaías, capítulo 53.
Perguntou-lhe se entendia e o eunuco admitiu que precisava de alguém para
auxiliá-lo em explicar o texto. É isso que é catequizar. Felipe subiu em sua
carruagem e, a partir daquele capítulo mesmo, anunciou-lhe Jesus.
Conhecer e
interpretar a Palavra de Deus, buscar os ensinamentos da Igreja, a pessoa
humana e suas dimensões, isto é, descobrir-se como pessoa capaz do ser, do
saber e do saber-fazer.
Narra-se:
Então Filipe começou a falar e, partindo dessa passagem da Escritura,
anunciou-lhe Jesus. Eles prosseguiram o caminho e chegaram a um lugar onde
havia água. Então o eunuco disse a Filipe: ‘Aqui temos água. Que impede que eu
seja batizado? ’. Os dois desceram para a água e Filipe batizou o eunuco (At,
8,35-38).
O texto
apresenta claramente que graças à interpretação da Sagrada Escritura feita por
Filipe, a Palavra leva o etíope à sua adesão de fé em Jesus Cristo; conhece e
interpreta o texto de tal modo que o guia ao encontro pessoal com Jesus Cristo,
enquanto Palavra salvadora de Deus; celebra a fé, recebendo o Batismo, tornando
possível a alegria da salvação.
A escola
de catequese do nosso regional precisa de uma marca, um rosto, assim como
acontece com organizações bastantes serias. Veja bem, o que não tem rosto, não
tem identidade, não tem fisionomia. Não é mania nem fanatismo, é um recurso bem
humano de dar rosto ao que fazemos. Nossa escola precisa marcar, fincar-se no
chão da historia da catequese, precisa entusiasmar, numa linguagem bem popular,
precisa “causar”. Sabe porque? Ninguém se entusiasma por uma coisa que não tem
rosto, uma fisionomia.
Mística da
escola de catequese não tem muito a ver com sentido espiritualista ou
contemplativo de Deus, de seu mistério, mas no sentido de Espírito que anima o
projeto de vida, pessoal ou grupal. Essa mística determina os objetivos, os
princípios, a metodologia, as relações humanas de nossa escola regional. É ele
que aponta a direção para onde se caminha. É a mística que ajuda a atingir com
segurança o objetivo traçado pela escola.
O que
pretendemos com esta escola? Ser um caminho formativo do discípulo missionário.
O catequista é um discípulo missionário. Olhando para o texto de Felipe e o
eunuco etíope (At 8,26-40), percebemos claramente que Felipe é a figura do
catequista e o eunuco, alguém em busca do encontro com Deus. Felipe anuncia
Jesus, a Palavra de Deus ganha voz em Felipe. É Deus quem fala na nossa voz.
Sabe por que isso acontece? Porque o verdadeiro Catequista tem:
· Na
cabeça a fé no valor da dignidade humana.
· Nos
olhos: A capacidade de enxergar a presença de Deus na realidade.
· Nos
ouvidos: A escuta respeitosa e atenta.
· Na boca:
O sorriso da alegria e da esperança.
· Nas
mãos: A disponibilidade solidária e a partilha generosa.
· Nos pés:
A coragem de desinstalar-se e sair, por fidelidade ao Evangelho.
· No
coração: O amor e o compromisso pela vida, adesão e seguimento a Cristo vivo.
Podemos
dizer que encontramos a nossa mística, o nosso rosto. Temos um texto bíblico
para nos iluminar, um objetivo para ser alcançado e um lema para seguir. Veja
como fica a nossa marca, o nosso rosto:
Tema: Caminho
para o Discipulado Missionário
Lema: Fala
Senhor na nossa voz. (At 8, 26-40).
Vamos
assumir esta mística, ela é a luz que iluminará toda caminhada de formação. A
mística vivida em comunidade desperta entusiasmo e capacidade para superar as
barreiras. Ela une forças, sem anular as pessoas e os projetos pessoais
válidos. A mística deve marcar a escola, os catequistas e os professores.
Vamos
concluir este momento com esta oração, fazendo seu um dos símbolos.
Senhor
faça de mim um catequista:
• Agua:
que faz crescer a vida, através de tua Palavra;
• Ponte:
capaz de unir distâncias, separações, desencontros, desafetos, trazendo alegria
no viver.
• Caminho:
que aponta para mais esperança, coragem e confiança diante dos desafios da
sociedade.
• Porta:
que abre passagens para os excluídos encontrarem mais dignidade;
• Luz:
capaz de iluminar as situações humanas, para descobrir nelas o teu rosto;
• Sal: que
possa dar gosto e sabor a todos os chamados da catequese;
• Perfume: capaz de exalar a ternura, a bondade, a amizade, nos diversos
ambientes de convivência;
Subsídio – AJUDANDO A
CELEBRAR O ANO DA FÉ –
Todos:
Amém.
Coordenador:
Senhor,
estamos aqui para louvar e proclamar a vossa glória. Enviai vosso Espírito Santo, para nos iluminar e
ajudar a sermos discípulos missionários que comunicam o vosso Reino.
Todos
(cantando):
Ó luz do Senhor que
vem sobre a terra, inunda meu ser,
permanece
em nós (2x)
Coordenador:
O
Símbolo da Escola Catequética do Regional Sul 1 pode nos ajudar a aprofundar a
reflexão sobre o Ano da Fé. Na medida em que for sendo montado, vamos refletir
sobre cada elemento que o compõe.
1- A LUZ (alguém acende a vela)
Animador: Todos
nós cristãos somos chamados a transformar o mundo. Ser luz, ser sinal de vida,
de esperança e apontar para Cristo que salva a todos. A luz é a Ressurreição de
Jesus. Assim deve o catequista que crê em Jesus Cristo e continua sua missão:
ser luz para iluminar e orientar. É preciso, pois, no mundo urbanizado, retomar
a vivência comunitária, característica fundamental da primeira Igreja. É lá que
brilha a nossa luz.
2- A CRUZ (alguém coloca a cruz no seu
lugar)
Animador: Como
catequistas uma vez seduzidos por tão grande amor, não podemos ficar parados,
quietos. Somos convidados a carregar a nossa cruz e seguir os passos do Mestre.
Dizer-se cristão é assumir como projeto de vida o que Jesus fez e viveu.
Configurar-se com o Mestre não é fácil, é por isso que Ele mesmo nos diz: “Se
alguém quer seguir-me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga” Mt 16,24
3- O JARRO E A ÁGUA (alguém coloca o jarro no seu
lugar)
Animador: O
Povo de Deus, ao atravessar o deserto, experimentou muitas dificuldades, principalmente
a da sede, mas Deus nunca lhes abandonou! Hoje, ao atravessarmos o deserto da
vida, somos convidados por Jesus a saciarmos nossa sede com a Água Viva que
somente Ele nos dá.
4- O CAMINHO (todos contemplam o caminho)
Animador: Caminhar
é ir em busca de metas, prever um fim, uma chegada. O catequista é alguém que
caminha e ajuda os outros a se moverem na construção de um mundo mais humano e
cristão.
5- A BÍBLIA (alguém coloca a pequena estante
com a Bíblia no seu lugar)
Animador: A
Bíblia é o livro que documenta a educação da fé do Povo de Deus ao longo de sua
história. Ela vem iluminando a caminhada do povo de geração em geração, em cada
circunstância da história. A Palavra de Deus é atual, viva e eficaz (Hb 4,12).
Com sua leitura, encontramos critérios para o discernimento e o agir na
realidade do dia a dia. A Igreja atenta aos sinas da palavra, nos chama a uma
intimidade sempre maior com este presente de Deus.
Nós,
catequistas, como ministros da Palavra, procuramos escutar, vivenciar e
anunciar com paixão esta boa notícia aos catequizados e ao mundo para que
“ouvindo creiam, crendo esperem, esperando amém” (DV 1)
Com.:
Temos um texto bíblico inspirador, que ilumina o nosso caminhar e aponta o
objetivo a ser alcançado. Com alegria acolhamos a Palavra de Deus, que é a luz
que ilumina a nossa catequese e sustenta a nossa vocação, cantando:
Todos: É como a chuva que lava, é como o fogo
que arrasa.
Tua Palavra é assim,
não passa por mim sem deixar um sinal.
Com.: A partir desse texto do livro dos Atos dos Apóstolos, percebemos claramente que Filipe é a figura do catequista e o eunuco etíope representa aquele que busca fazer o seu encontro pessoal com Deus. Filipe, prontamente, anuncia Jesus e, assim, a Palavra de Deus ganha voz: Deus fala na voz de Filipe! Hoje, Deus também quer continuar falando, através da nossa voz!
Todos
(cantando): Evangelizar, Evangelizar, Evangelizar, Evangelizar!
Fonte:
Subsídio Comissão AB-C Diocese de Santos
Nenhum comentário:
Postar um comentário